Cidadão considerado
Sou um cidadão considerado
E quero ser qualificado pelo “tum”
O meu tambor
Sou um cidadão considerado
E quero ser qualificado pelo “tum”
O meu tambor
Sou um cidadão do mundo
Sou cigano, vagabundo
Sou brasil e já não sou
Porque o brasil que eu vejo agora
Me disse para sair fora
Foi se embora e não voltou
Sou um cidadão considerado
E quero ser qualificado pelo “tum”
O meu tambor
Até o meu rio de janeiro
Ta beirando o desespero
Já não tem para onde ir
Cristo redentor ali parado
Atualmente tá zangado
Preparado para sair
Sou um cidadão considerado
E quero ser qualificado pelo “tum”
O meu tambor
Esteja em paris ou na alemanha
Minha tristeza é tamanha
Quando penso em meu país
Que é guiado pela gente estranha
O povo perde e alguém ganha
Assim não dá para ser feliz
Sou um cidadão considerado
E quero ser qualificado pelo “tum”
O meu tambor
Eu que vivi minha vida inteira
Com a crença verdadeira
De que um dia ia mudar
Vejo o vazio na geladeira
Da minha gente guerreira
Que tem que se conformar
Sou um cidadão considerado
E quero ser qualificado pelo “tum”
O meu tambor
Eu que estando dentro estava fora
To pensando em ir embora
To cansado de esperar
Talvez já tenha chegada a hora
Pois quando o guerreiro chora
Já tá pronto para lutar
Sou um cidadão considerado
E quero ser qualificado pelo “tum”
O meu tambor
Vou de aeroporto em aeroporto
Bem cansado meio torto
Carrego meu berimbau
Sabem meu nome no mundo à fora
Mais o brasil me ignora
Nunca saio no jornal
Sou um cidadão considerado
E quero ser qualificado pelo “tum”
O meu tambor
Capoeira é coisa de escravo
De pobre de optimido
De homem trabalhador
Apesar de hoje ser praticada
E até mesmo disputada
Por barão e até doutor
Sou um cidadão considerado
E quero ser qualificado pelo “tum”
O meu tambor
Sou um brasileiro pequenino
Com alma de peregrino
Sem diploma de doutor
Faço meu destino, com meu passo
Se tem nó pego e desfaço
Também tenho meu valor
Sou um cidadão considerado
E quero ser qualificado pelo “tum”
O meu tambor